segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

MEU CORPO NA OBRA - OLAFUR ELIASSOM

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T. Pinheiro deitada no chão da Pinacoteca

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

QUERO FICAR NO TEU CORPO

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Queria dormir em seu braço no lugar dela
Sentir seu perfume único, doce e inebriante
Contemplar as estrelas a seu lado na janela
Ao nascer do dia sentir o astro rei radiante

Ouviria todas suas histórias, calada
Fazendo jus à outra, que fica quieta
Dividindo diária e insossa salada
Seguindo à risca a rígida dieta

Traçada por ti como a ordem certeira
Do que se entende por bem viver
Pensar mal do irmão de nenhuma maneira
E sem terapia escolher feliz ser

Queria morar contigo sob mesmo teto
Como a outra que nem se esforça
E estar plena, satisfeita por completo
Repousar naquela que é sua força

É de longe uma exigência de esposa
Quero espaço bem pequeno em sua vida
O lugar do peixe que em seu braço repousa
Deixar não só a pele, mas a vida colorida

sábado, 3 de dezembro de 2011

www.acurvadacintura.com.br

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Sonetos de amor - Elizabeth Barret Browning

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SONETO XIV

Tradução: Manuel Bandeira

Ama-me por amor do amor somente
Não digas: Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a porque se sente

Minh'alma em comunhão constantemente
Com a sua.Porque pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade

De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Me hás de querer por toda a eternidade.


SONNET XIV

If thou must love me, let it be for nought
Except for love's sake only. Do not say
«I love her for her smile... her look... her way
Of speaking gently,... for a trick of thought

That falls in well with mine, and certes brought
A sense of pleasant ease on such a day» —
For these things in themselves, Belovèd, may
Be changed, or change for thee, — and love, so
[ wrought,

May be unwrought so. Neither love me for
Thine own dear pity's wiping my cheeks dry, —
A creature might forget to weep, who bore

Thy comfort long, and lose thy love thereby!
But love me for love's sake, that evermore
Thou may'st love on, through love's eternity.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pelos Ares

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Não lhe peço nada
mas se acaso você perguntar
por você não há o que eu não faça

Guardo inteira em mim
a casa que mandei
um dia
pelos ares
e a reconstruo em todos os detalhes
intactos e implacáveis

Eis aqui
bicicleta, planta, céu,
estante cama e eu
logo estará
tudo no seu lugar

Eis aqui
chocolate, gato, chão,
espelho, luz, calção
no seu lugar
pra ver você chegar

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Occupy

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I know, he is american, but I love Michael Moore

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

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"Al perderte yo a ti
Tú y yo hemos perdido
Yo porque tú eras
Lo que yo amaba más
Y tú porque yo era
Quién más te amaba

Pero de los dos
Tú has perdido más que yo
Porque yo podré amar a otros
Como te amé a ti
Pero a ti como te amé yo
No te amarán jamás"

Ernesto Cardenal

domingo, 20 de novembro de 2011

Depois

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Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste minhas costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pra você

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Pra você eu guardei um amor infinito
Pra você procurei o lugar mais bonito
Pra você eu sonhei o meu sonho de paz
Pra você me guardei, demais, demais
Se você não voltar o que eu faço da vida
Não sei mais procurar a alegria perdida
Eu não sei bem porque fui gostar tanto assim
Ah, se eu fosse você eu voltava pra mim
Voltava sim
Ah, se eu fosse você eu voltava pra mim
Pra você eu sonhei o meu sonho de paz
Pra você me guardei, demais, demais
Se você não voltar o que eu faço da vida
Não sei mais procurar a alegria perdida
Eu não sei bem porque fui gostar tanto assim
Ah, se eu fosse você eu voltava pra mim
Voltava sim
Ah, se eu fosse você eu voltava pra mim
Voltava sim

domingo, 6 de novembro de 2011

La Nuova Gioventú

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Tudo que sei
É que você quis partir
Eu quis partir você
Tirar você de mim
Demorei para esquecer
Demorei para encontrar
Um lugar onde você não me machucasse mais
E aguardei um pouco
Por que o tempo é mercúrio cromo
E tempo é tudo que somos
Talvez tivéssemos, teríamos tido, tivéramos filhos
Estava lhe ensinando a ler
On the road
E coisas desiguais
Com você por perto
Eu gostava mais de mim
Veja bem, eu já não sei se
estou bem só por dizer
Só por dizer é que finjo que sei
Não me olhe assim
Eu sou parte de você
Você não é parte de mim
Do meu passado você faz pouco caso
Mas, só para você saber
Me diverti um bocado
E com você por perto
Eu gostava mais de mim


Renato Russo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Liberdade

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Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doura
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa.

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

terça-feira, 4 de outubro de 2011

PAÇOCA DO AMOR - KBOCO

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ELLA

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CAMINA DESNUDA POR MI CASA
A VECES USA MI CEPILLO DE DIENTES
Y, CASI SIEMPRE, MI PREFERIDA CAMISA
PASEA POR MI CAMA, MI CORAZÓN Y VENAS

SE SIENTE EN CASA VAGUEANDO POR MI CABEZA
SABE QUE EL TERRITORIO ES SUYO, ÚNICA PROPIETARIA
YO, A LA DISTANCIA, EN MI DIARIA CONTEMPLACIÓN, LAMENTO
PASADO TANTO TIEMPO,Y SOLO DISFRUCTALA EN ESTE MOMENTO

UN GRAN NUEVO ECENARIO ES ESTE EN QUE PASO MIS DIAS
CON UNA MÚSICA VIBRANTE TOMANDO LOS LUGARES
ESA MUJER, DE CONOCIDA BELLEZA Y LARGOS PELOS
CAMBIA EL TRAJE DE ESTA CANSADA FIGURA DE MI ALMA

SOY UN VIEJO BANDONEÓN POCO USADO Y DE TECLAS ROTAS
MARCHITO Y INFLO TODAS LAS VECES EN QUE ELLA PASA POR MI
MI SONIDO, AHORA, ES FUERTE Y LÍMPIDO, DE BRILLO ENAMORADO
CUANDO ME VOY A LA ESQUINA, BUENOS AIRES LLORA Y ME ABRAZA

domingo, 25 de setembro de 2011

SIMPLESMENTE NINA

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"SEGUINDO UMA CANÇÃO"

terça-feira, 20 de setembro de 2011

NEM SENHORA DE MIM

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Como não tenho controle nenhum sobre o Universo, a única coisa que me sobrou do MALBA foi isto:

"Del 30 de agosto al 20 de septiembre de 2011 las salas de exhibición permanecerán cerradas al público debido al montaje de las exposiciones con motivo del 10º aniversario del museo."


Mas, conhecer Buenos Aires foi apaixonante. Se valeu a pena ??? Pessoa responde por mim:

"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Diego Rivera por Modigilani

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Para mim, ir ao MASP é sempre pela primeira vez.
Fui esta semana e fiquei extasiada com essa obra incrível,de um dos meus artistas preferidos; e exibida gratuitamente, apesar de tão valiosa, às terças-feiras.
Uma viagem.
MALBA é a próxima parada.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um velhinho deliciosamente sacana

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Depois de ouvir por centenas de vezes: Chico, a única coisa que tenho a dizer é:
Que velhinho deliciosamente sacana!
Não se esqueça do perfume, do babado, da renda e renda-se.

sábado, 27 de agosto de 2011

A casa é sua - Arnaldo Antunes

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Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar

Não me falta parede
E nela uma porta pra você entrar
Não me falta tapete
Só falta o seu pé descalço pra pisar

Não me falta cama
Só falta você deitar
Não me falta o sol da manhã
Só falta você acordar

Pras janelas se abrirem pra mim
E o vento brincar no quintal
Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal

A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora

A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio

Não me falta banheiro, quarto
Abajur, sala de jantar
Não me falta cozinha
Só falta a campainha tocar

Não me falta cachorro
Uivando só porque você não está
Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar

Não me falta casa
Só falta ela ser um lar
Não me falta o tempo que passa
Só não dá mais para tanto esperar

Para os pássaros voltarem a cantar
E a nuvem desenhar um coração flechado
Para o chão voltar a se deitar
E a chuva batucar no telhado

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Aquilo que te faz chorar não te merece" Charles Chaplin

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"Por isso meu pai e Marino não comem cebola"

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cae Magalhães - Menino de talento

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Toca muito bem !

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Toninho Ferreira II

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O pior não é ser destruído.
É não usar a arte em minha defesa.
E se a arte não luta,não assalta,
não questiona, não incomoda, então não é arte... é entretenimento.

Toninho Ferreira

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A pedra pode ser dura
Mas é rara
A jóia pode ser feia
Mas é cara
A bossa pode ser velha
Mas é Nara
A arte pode ser sina
Mas é tara

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MAIS DO QUE RECOMENDADO

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RUMOS ARTE CIBERNÉTICA NO ITAÚ CULTURAL


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SAMICO

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

LINDEZA

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jaime Sabines

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Espero curarme de ti en unos días. Debo dejar de fumarte, de beberte, de pensarte. Es posible. Siguiendo las prescripciones de la moral en turno. Me receto tiempo, abstinencia, soledad.

¿Te parece bien que te quiera nada más una semana? No es mucho, ni es poco, es bastante. En una semana se puede reunir todas las palabras de amor que se han pronunciado sobre la tierra y se les puede prender fuego. Te voy a calentar con esa hoguera del amor quemado. Y también el silencio. Porque las mejores palabras del amor están entre dos gentes que no se dicen nada.

Hay que quemar también ese otro lenguaje lateral y subversivo del que ama. (Tú sabes cómo te digo que te quiero cuando digo: «qué calor hace», «dame agua», «¿sabes manejar?», «se hizo de noche»... Entre las gentes, a un lado de tus gentes y las mías, te he dicho «ya es tarde», y tú sabías que decía «te quiero»).

Una semana más para reunir todo el amor del tiempo. Para dártelo. Para que hagas con él lo que quieras: guardarlo, acariciarlo, tirarlo a la basura. No sirve, es cierto. Sólo quiero una semana para entender las cosas. Porque esto es muy parecido a estar saliendo de un manicomio para entrar a un panteón.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Murdered Amy

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

O CÉU SÃO OS OUTROS

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domingo, 17 de julho de 2011

ENCANTADISISIMA

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Brillante exibición que está en la Estación Pinacoteca de San Paulo: Arte Al Paso.
Toda la importante obra artística contemporánea de Peru.
Me salí de allá encantadísisima y invito a todos a tener el placer de visitar aquél sítio tan bonito lleno de pura arte latina.
El Arte de nuestros hermanos es como nuestra propia arte.
Aún hay tiempo, hasta 31 de julio.
Deliciensen

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Me disseram

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Me disseram que o sangue que escorre
Quando escorrego e ralo os joelhos
É o sangue que jorra de suas veias expostas
Me indago se isso é possibilidade ou realidade

Tú que és a força que não tenho
Tú que és a memória que não tenho
Tú que és a mãe que não sou
Tú que és mãe de dois

Tú de duros olhos
Vida dura, cheia de percalços
Enquanto isso , à distância,eu
Os meus bonitos sapatos calço

Desejando-lhe sorte
Porque te amo, e és sangue do meu sangue
Tú que me livrastes de toda empáfia
Tú que te chamas, simplesmente, Flávia

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dica de fim de férias

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No final do mês acontece o Anima Mundi aqui em SP.
Hoje, tive o privilégio de assistir,antecipadamente, a animação brasileira:
Morte e Vida Severina.
Brilhante,extraordinária e uma das atrações do Festival.
Fica aí minha dica, quase no fim de minhas tão gozosas férias.

domingo, 19 de junho de 2011

Traidora confessa

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Bom, como poucos sabem estou de férias.
E, como diz o ditado, Cabeça vazia oficina do ....
E acabei traindo o meu marido.
Aliás,exatamente neste momento,isto me alegra.Ele anda merecendo.
Tentei me conter. Faz anos que conheço meu amante. Há anos soube que ele ,de alguma maneira, faria parte da minha vida. Sabia que não passaria despercebido.
Tentei abafar o caso, achando que estava mais interessada em me aproximar do Ubaldo.
Mas,não era isso, era incondicional,quase amor.
Me declaro,então,a todo mundo,ao meu marido,ao meu destino.
Mesmo que a Torre de Pisa caia,que eu tenha esclerose múltipla, que se acabe Bento Ribeiro no Rio de Janeiro, você, bendito,abençoado,Bento,não saíra da minha cabeça (depois da pecadora entrevista dada ao Jô).

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Paula Rego

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Sem comentários sobre o Amor:

sábado, 7 de maio de 2011

Luz Verdadeira

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.

Não carrego meu rebento nos braços.
Na verdade, não gerei, não pari.
E a culpa é toda sua.
Quando a "senhora" tinha a minha idade,32, já era mãe de 3.
Linda, em plena forma. E conforme as boas línguas : A gostosa do São Lucas.
E eu?
Eu tive até agora, não filhos, mas a melhor vida do mundo.
Cheia de festas, viagens e boa gastronomia.
Carinhos, festejos, amor....
Fui mimada.
A culpa é sua.Não fui mãe
Aliás, a senhora é culpada de todas as coisas boas que me aconteceram na vida.
Não fui mãe, e amo ser sua filha. Pra mim, basta pro resto da vida.
E o que será de mim ?
Quem serei eu ?
Quero apenas ser metade de ti.
Minha mulher-maravilha, minha diva, minha vida, minha luz, minha Vera Luz.
Minha Vera Lúcia.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

João

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Continuo à espera debruçada na janela
Procuro parecer bonita e mantenho-me de pé
Quem passa pode pensar que pena dela
Nem ligo para tais olhares porque espero José

Nos cabelos trago coloridas pedras numa tiara
Permanecendo estática porque ainda tenho fé
De que quando ele chegue me encontre rara
E nesse meio tempo possa chamá-lo: Vem, José!

Meu vestido tão puído de esgarçada renda
Me faz lembrar da vida como ela é
Uma desgraçada gincana sem prenda
Muito me consola esperar por José

Um medo repentino me assola de antemão
Por isto fiz longa novena na Igreja da Sé
Algo queria enganar meu fraco coração
E com força disse: Ninguém me tira José

Se eu à janela não vejo chegar nem a maré
Não posso no fim da história dormir com a solidão
Se é certo que nunca chegará o dito José
Mudo meu apaixonado discurso e grito: João

segunda-feira, 11 de abril de 2011

JOÃO BATISTA PINHEIRO

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Quando andava eu por entre magníficas obras de arte do mundo todo, lembrei-me de certo magnífico artista, digno de estar dependurado nas paredes de minha íntima "Pina".
O artista por quem sou mais apaixonada.
Aquele que me faz acreditar que há algo além da Arte.
O grande artista que deu vida a grandes figuras. Com fulgurantes olhos.
Um enorme artista.
Que me deu vida, através de sua história calcada no amor.
E que me reaviva, a cada dia, com suas palavras, com suas idéias, com seu caráter, e com suas tintas (cores).
Com minha tão pouca modéstia, sei que sou uma de suas mais belas obras.
Mas, opaca seria, mal desenhada, quase disforme seria, se não tivesse eu saído de ti.
Te amo, Jobat.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eduardo Galeano

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A noite /1
Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada em minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora;mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.

A noite /2
Arranque-me senhora, as roupas e as dúvidas. Dispa-me, dispa-me.

A noite/3
Eu adormeço às margens de uma mulher: eu adormeço às margens de um abismo.

A noite/4
Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita,a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma.

Epitáfio

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Aqui jaz o Sol
Que criou a aurora
E deu a luz ao dia
E apascentou a tarde

O mágico pastor
De mãos luminosas
Que fecundou as rosas
E as despetalou.

Aqui jaz o Sol
O andrógino meigo
E violento, que

Possui a forma
De todas as mulheres
E morreu no mar.

Vinícius de Moraes
Oxford, 1939

Soneto à lua

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Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!

Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro, 1938

domingo, 27 de março de 2011

Believe in invisible

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Eu sou uma observadora.
Assisto a vida em seu cotidiano.
E nada foge à percepção de minhas ávidas retinas.
Em 2008 houve um “reclame” na televisão brasileira que proclamava o seguinte:

Não seria bom viver num mundo sem vaidade ????
Num mundo onde a imagem não teria importância ???
Onde a beleza não fosse valorizada ????
Não seria bom viver nesse mundo ???
Não, não seria.
Acredite na beleza. O Boticário.

E eles respondem negativamente à perguntas óbvias, apenas pensando em seu LUCRO.
Eu luto para me libertar da vaidade. O mundo é escravo dela.
E quando digo que sou cristã, de uma doutrina rígida, e digo que as pessoas da mesma crença que eu sequer pintam as unhas, as pessoas se espantam e condenam.
Ah, mas a mulher precisa se cuidar.
E o homem não ???
E se cuidar não seria estar saudável ????
E o tempo e o dinheiro que gasto com minha beleza não poderiam ser gastos com algo maior ???
Visitando e ajudando enfermos, por exemplo ???
Que maravilha seria se a vida não fosse baseada na imagem e sim na essência!!!
Onde a unidade fosse valorizada.Seria ótimo viver nesse mundo.
Onde o amor sobrepujasse o lucro.
Onde a diferença movesse pacíficas paixões.
Não seria???
Sim, sim seria.
Acredite naquilo que não se pode ver. T.Pinheiro


quinta-feira, 3 de março de 2011

Confissão

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Eu nascí em 1946, e logo criança recebí um apelido que não era do meu agrado.
Acontece, que “carinho” de mãe é sempre de bom grado.
Pra tirar proveito disto, ví uma certa sonoridade no nome e decidí usá-lo profissionalmente, antes mesmo de escolher a área ou ferramenta profissional.
Escolhí a música, e estudei violão com Paulinho Nogueira, harmonia com Edgar Janulo, violão clássico com Isaías Sávio, orquestração com Léo Peracchi e Oscar Castro Neves. Em resumo, eu tinha tudo para ser grande.
Comecei a compor e a fazer um certo sucesso em meu país, mas não me era suficiente para compensar meu codinome mínguo.
Até que, aos meus 24 anos, conhecí um dos grandes poetas de meu país e acreditei que eu seria um enorme artista.
Comecei, a beber e a compor frenéticamente.
A poesia já consagrada dele coroando a minha música me tornava conhecido, famoso, quase um astro.
Foram mais de 120 canções, conhecí o mundo ao seu lado.
Eu não o amava, tinha o sórdido sentimento da inveja por ele.
Mas, simular uma amizade, quase um laço entre pai e filho, principalmente por nossa diferença de idade de 33 anos, trazia uma emoção maior para as entrevistas e para a visão do público, o que me trazia ainda mais prestígio.
Só que me sentia preso a ele, não suportava ser coadjuvante. Um minúsculo coadjuvante.
Sonhei, muitas vezes, que ele era um charlatão e era condenado por plágio, ou que sua nona esposa o traía e ele nunca mais voltaria a escrever.
Os sonhos tornaram-se pensamentos, e mais tarde, uma obsessão.
Depois de dez anos de parceria, sem mesmo conseguir um meio para a minha liberdade, quer seja criativa, artística ou simplesmente a liberdade pura e simples, decidi tomar uma atitude.
O velho bebia vodka pela manhã, e quando começava a escurecer partia pro whisky, eu tinha certeza que ele não duraria muito tempo.
Acontece que ele chegava aos 70, e eu não suportaria mais.
Quando, em 1980, ele é operado e recebe um dreno cerebral.
Sentia que ele morreria no dia seguinte, mas nada acontecia. Eu não aguentaria mais um mês. Ele teve relativa melhora, e comigo hospedado em sua casa organizou uma festa de aniversário pra mim com seus médicos e alguns de nossos amigos. Era demais pra mim.
Na noite de 8 de julho, eu não saí, e fiquei a sós com Vinicius. Tocamos violão, cantamos nossas músicas e relembramos histórias. Porém, meu único pensamento era em meu frasco com cianureto, onde além dos componentes químicos, havia o nome Antônio com letras grandes em neon; o meu verdadeiro nome.
Era minha liberdade.
Ele resolveu, na madrugada do dia 9,fazer um franguinho para nós (usava todas as palavras no diminutivo, para seu próprio destaque e parecer ainda maior)
O wisky não tinha fim, e com o paladar já falho, e minha coragem aguçada, coloquei a dose de veneno exata em seu drink.
O velho era duro na queda, fomos dormir.
Pela manhã fui acordado pela empregada e encontrei Vinícius na banheira, agonizante.
Sorri.
Fingí um certo desespero, até que liguei para o Hospital.
Minha vitória chegou junto com o estetoscópio do médico que o examinou e disse:
- Ele morreu há três minutos.
Subornei o delegado do caso, e nunca fui descoberto.
Dei grandes depoimentos comoventes, tive o país aos meus pés.
Mas, não da maneira que planejei. Segui carreira solo, mas, nenhuma de minhas canções sem Vinícius tiveram grande sucesso.
Fiz de tudo para ser grande, tirei a vida de um homem, coloquei a minha em risco, e de nada me adiantou.
Depois de conviver por 31 anos com este segredo, digo ao meu Brasil:
“Estou a disposição da justiça, cansei de ser pequeno, um “toco”. Sou o assassino confesso de Vinícius de Moares. Entrego à vocês a verdade e os originais do livro O dever e o haver que roubei de Vinicius junto com sua vida”.

Assinado:Toquinho
RJ 03/03/2011

domingo, 27 de fevereiro de 2011

UMA DAS COISAS MAIS LINDAS QUE ALGUÉM JÁ ME ESCREVEU

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Uma vida prévia. Sapiência. Sensei.
- Sei, sei, digo tímido admitindo que aprendi.
Admiração é produto rarefeito quando in natura busca é dada.
O encaixe é feito, e só tem efeito,
Quando um formulário imaginário é preenchido nos sentidos.
Em todos.


Fácil assim.
Morre a impáfia adquirida na prática fria da vida morna.
Nasce o novo sabor e se absorve tudo. Até o que outrora era errado.
Sapiência, vida prévia, Sensei.
Sei, sei.
Sei que a falta do alimento me deixará desnutrido.


Haverá sempre o porquê.
Voltar ao dojo, voltar à escola.
Há sempre o que ver. Ou apenas o contato visual.
A saber: há saber até no contato visual.


Você, ser sedento por sabor, CUIDADO!
Não vá procurar sapiência de uma vida prévia em qualquer lugar.
O perigo reside em eleger um lugar comum. Lugar qualquer.
Você só saberá quando o gosto for único.
Novo. E repetido a cada dia que a ânsia lhe tomar. E saciar.


por eso siempre debemos saber a quien llamamos de Maestra
Não banalizar
Tenho uma.
Uma me basta.
E me bastará enquanto do teu sabor eu puder provar.

Marino Mirante (meu amigo que é melhor que uma vista pro mar)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

FRANCISCO GARCIA

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VOCÊ VIVIA BEM ???
ESTAVA SAUDÁVEL ?
FELIZ ?
TINHA UM FILHO, NÉ? OU ERA FILHA ?
PENSAVA EM MIM ? AMAVA SUA MULHER ?
VOCÊ ME FOI IMPORTANTE.
POR ISSO, PASSAREI A VIDA PENSANDO EM TI ?
TERÍAMOS UMA HISTÓRIA DIFERENTE, SE TRAÇASSEMOS OUTRO CAMINHO ?
FUI EU QUEM TE LEVOU PRA ISSO ???
VOCÊ NÃO ESTARÁ CONDUZINDO A MOTO QUE PASSA EM FRENTE AO MEU PORTÃO.
VOCÊ NÃO SERÁ A MINHA POSSIBILIDADE DAQUILO QUE TANTO REPUDIO E AFASTO: ADULTÉRIO. AMÉM.
NÃO SOU CONCRETISTA, MAS MEU AMOR POR VOCÊ É ACIMENTADO, DURO, NADA DE ABSTRATO. CONCRETO MESMO.
QUERIA SABER SE VOCÊ ESTAVA BONITO NA DERRADEIRA HORA.
ME DISSERAM QUE SIM. EU CREIO.
APESAR DE NÃO GUARDAR FOTO NENHUMA, TE VEJO AINDA BELO.
COM BELA HISTÓRIA.
BOM CARÁTER, O BEM QUE ME FEZ.
SE O SENHOR JESUS DEU SUA VIDA PARA SALVAR-NOS,A MINHA ESTÁ A DISPOIÇÃO DO ALTÍSSIMO, PARA FAZER O QUE DELA BEM QUISER, E LEVAR-NOS, JUNTOS AO PARAÍSO.
SEI, QUE VIM À ESTA VIDA A PASSEIO, MAS ME ABSTENHAREI, SEJA DO QUE FOR, PRA TER A CERTEZA DE UM LINDO FUTURO PARA SUA MERECIDA ALMA.
TE AMO....
T. GARCIA

COMO JÁ ESTAMOS PRÓXIMOS DAS 18h... QUASE AOS 32

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EU ANTES DE ME CONVERTER ABDIQUEI DE MEUS CONHECIMENTOS ASTROLÓGICOS. E OLHA, QUE DURANTE MUITOS ANOS, ESTUDEI ABSORTAMENTE A INFLUÊNCIA DOS ATROS EM NOSSAS VIDAS.
ATÉ TER A CERTEZA DE QUE EXISTIA UM DEUS E QUE ELE ERA O DONO DE MEU FUTURO, E DE NADA ME VALIA CONHECÊ-LO.
MAS,ME SENTÍ ATÉ ONTEM EM MEU INFERNO ASTRAL.
UMA GRAVIDEZ INDESEJADA, QUE SE TORNOU DESEJADA PELO MUNDO, E QUE NÃO ACONTECEU. E UMA DAS PARTES MAIS TRISTES DE MINHA VIDA: SABER QUE UMA DAS PESSOAS QUE PASSARAM POR MINHA VIDA, E FIZERAM HISTÓRIA, ACABOU ACABANDO COM SUA PRÓPRIA VIDA.
CHOREI MUITO,E NÃO DEIXO DE PENSAR UM SÓ DIA NO CHICO, E FICO PENSANDO EM SEU PAI E SUA MÃE.
QUANTA DOR E SOFRIMENTO. OS SENTIDOS DA PAIXÃO FOI MINHA POESIA APAIXONADA PARA ELE.LITERALMENTE AMADORA, MAS GRAÇAS A MEUS INSISTENTES DIÁRIOS, SEI QUE ELE ME DISSE TER RELIDO A POESIA DIVERSAS VEZES E QUE NINGUÉM NUNCA O HAVIA PRESENTEADO DESTA MANEIRA....
MINHA REAL HOMENAGEM A ELE....

A decadência que se inicia dia 15 de fevereiro

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Há um estudo científico que diz que o ápice da beleza feminina se atinge aos 31. Isto é,eu, a partir de hoje, sigo um gráfico descendente, e sigo com minha decadência.
Tentei, deixar de ser primitiva e me inserir nas novas tecnologias, e já quase antigas, de meios de comunicação.
Fiquei com vontade de atender aos apelos de meus amigos e ao menos participar do Twitter, já que não tenho MSN, Orkut, Facebook.
A real é que não existo nos dias de hoje. E com muita vontade de usar qualquer ferramenta como terapia, nesta minha nova fase,
digo:
Aryanne, não me esqueço que foi com você que aprendí a escovar meus dentes sujos esfregando a camiseta neles. Você, certamente, não se lembra disto, e muito menos de mim. Memória sempre curta.
Seria um twitter escatológico.
Mas, não pude me cadastrar com meu próprio nome, já havia muitas como eu. Mesmo com este nome indígena e muito louco(que nunca foi citado neste blog).
Nem entendia como personalizar o tal Twitter, um pouco por esta droga de inglês que odeio. Queria falar com Marino agora, e também dizer(na segunda sessão de terapia): Gabrielle Ovideo Guariento, eu espero que você deite sua cabeça no travesseiro e durma bem, porque alguém que me fez mais mal que você, hoje já não recebe conselhos. Não é, Zé Lucas????
E a única lição que tiro disso é que continuo, neste novo ano meu, rabugenta.
"Mas, as coisas findas,
Muito mais que lindas,
Essas ficarão"
(O Poeta Drummond)

SE EU TIVESSE TWITTER...

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QUE TROPICALISTAS, QUE IÊ-IÊ-IÊ, QUE TRIBALISTAS, QUE NADA! EU SOU MESMO UMA BOSSA-NOVISTA.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Adele Bloch-Bauer

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Incrível, assistir do meu sofá, histórias tão absurdas, enquanto me encontro segura debaixo deste teto.
Assitindo Cultura Documentários, que são ótimos em quase sua totalidade, conhecí a história de Adele Bloch-Bauer, ou melhor, a história de seu retrato.
E tomar conhecimento de tudo o que os judeus e sua descendência perderam é assustador.
Adele Bloch-Bauer era austríaca e judia, conseguiu escapar do Nazismo, mas todos os seus bens foram confiscados, dentre eles importantes obras de arte, como dois retratos seus criados por Gustav Klimt.
Quanta perda, quanta injustiça.
Como Adele não tinha filhos, deixou um testamento em nome de seus sobrinhos.
E é aí, que nessa história entra outra personagem: Maria Altmann, uma de suas sobrinhas.
E apenas depois de muitos anos de luta judicial, na Austria e nos Estados Unidos, conseguiu aquilo que era seu por direito.
Eu,sou apaixonada por Klimt,e continuo apaixonada por títulos das obras de arte, e mais ainda por suas histórias.
A única coisa que espero é que o Mundo continue se recordando e se envergonhado do Holocausto, para que algo do tipo nunca mais volte a acontecer.
E que as histórias que venham a permear as Artes Plásticas Mundiais, quando forem de dor, que seja a de amor.

M. C. ESCHER

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Relatividade, 1953 litografia 29,1 x 29,4 cm

sábado, 12 de fevereiro de 2011

RODOLPHO PARIGI

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Brasil

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Conversando com meu amigo (e comentarista) Marino Mirante, que é sensacional como uma vista pro mar, sobre minha vida pregressa, me lembrei de uma de minhas muitas noites esgarçadas pelas ruas de São Paulo, onde visitei um bar, pesadíssimo, se é que vocês me entendem, que tocava jazz e blues de primeira qualidade.
Tentei me lembrar do nome do exímio percussionista e baterista, que tocava ali, e que também havia tocado com Itamar, e aliás parecia irmão gêmeo dele.
Quando, Marino (quase uma enciclopédia musical ambulante) me disse:
- Gigante!!!
Era esse mesmo o nome do indivíduo. Grande cara, me lembro de termos conversado, apesar do meu estado caótico.
E dando uma googlada, descobrí, sem mais nem menos que o Gigante músico já não batucava por esta dimensão.
Triste, me certifico o quanto é olvidado o músico brasileiro.
E este Brasil gigante nem sabe quem foi Gigante Brasil.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

OS SENTIDOS DA PAIXÃO

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Via seus olhos
Sem que eles me vissem
E quando você me viu
Foi como se eu os sentissem

Te tocar eu nem sabia
Que era algo que tanto quis
Descobri que era o que mais queria
Quando o fiz

Quero você por perto
Assim a brisa me traz
Teu perfume
Que tanto me apraz

Tudo de doce que me fala
Me encanta, me atiça
Mas, se você não dissesse nada
Sua voz já me enfeitiça

Provar a dor e adelícia
Dessa paixão por você, Francisco
Pode ser catastrófico
Mas, prefiro dizer que com você fico

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Telegrama

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E apesar de repleta existe um vazio que vive em mim
Faz poucos dias que se instalou uma falta imensurável
Um clima estranho de contradições sem fim

Estando saudável e alimentada, e como se, ao invés,
Me sentisse extremamente frágil e debilitada
Continuando saltitante e sorridente; ao revés

O tal vazio me consome, como se houvesse, de repente,
A distância do melhor amigo, uma saudade de contar
As histórias que ouvi e viví ao mais íntimo confidente

Talvez uma lacuna maior como a falta de um braço
Mas a vida continua sem grandes mudanças
Ainda assim me parece, que me falta um pedaço

Talvez uma parte ou metade do coração, ou não
Algo mais abstrato, quem sabe,a falta dos sentidos
Me restou um paladar metálico, uma falha visão

Mas, me falta certamente um carinho táctil
Aquela doce voz uterina bem ao pé do ouvido
E o melhor, o mais doce perfume tão sutil

A poesia está para prosa assim como o amor
Está para a amizade, mas nesta poesia, falo
De algo além do amor, um sentimento superior

Percebo, ao esticar meu braço e acender o abajur
Que meu marido, dorme sereno, agora ao meu lado
Mas, meu verdadeiro amor está em Aracaju

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cinema em casa

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Janeiro, também, foi um mês muito prolífico culturalmente pra mim, além das exposições(Arte Povera e Graciela Itubirde), e dois livros(O original de Laura de Nabokov e A arte de escrever de Schopenhauer),assistí uma dezena de filmes, já que uma das promessas deste ano foi parar de assistir novela. Vício adquirido com meu marido, baiano e noveleiro nesses dois anos de casamento.E a teledramaturgia foi substituída pelo cinema. Nada se destacou realmente, mas assistir ao filme espanhol, sobre o fado português, cheio de artistas brasileiros, foi um deleite. Principalmente com o meu Caê cantando Estranha Forma de Vida, que eu compartilho com vocês.

Graciela Itubirde

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Começamos bem o primeiro mês de 2011, em minha querida cidade.
Recebemos, na Pinacoteca,a exposição de Graciela Itubirde, fotógrafa mexicana.
Sei que existem grandes fotógrafos, conheço bem e admiro a obra de Pierre Verger, que eternizou vários lugares do mundo em suas fotos. Mas, acredito, e não vejo com maus olhos, quando dizem existir uma arte feminina.
Graciela, também perpetuou em suas fotografias o México, seu povo e cultura.Mas, com um olhar poético, feminino.
Já que uma imagem valem mais que mil palavras:

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Estela

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Eu nascí artista.
Me lembro, de muito pequena, levar todas as visitas ao meu quarto para performatizar uma das canções do Robebrto:
“Por que que eu rolo na cama”
E rolava na cama cotinuando a cantarolar.
Minha tia Mariete conta que, lá na praia onde ele morava e ainda mora, eu a chamava e lhe dizia:
- Tia eu vou ser cantora – e começava meu pocket show.
Ainda menina, na escola, me envolvia inteiramente com a arte. Com o teatro, principalmente.
Acontece que eu sempre ganhava o papel de Passarinho ou Veado, nunca o da Branca de Neve.
Na minha escola burguesa, me faltavam os olhos azuis, e certamente, um quê de beleza difícil de se encontrar em mim aos 8.
A partir deste momento, decidí que seria sempre importante no palco.
Me dediquei, estudei, trabalhei muito, fiz papéis importantes, conhecí pessoas renomadas da dramaturgia, fui aplaudida e elogiada pelo mestre Humberto Magnani num Festival Nacional de Teatro.
Mesmo assim, percebí que aquele não seria o meu futuro.
Aliás, ouvi, muitas vezes, dos meus amigos atores:
- Você canta muito bem, por que não tenta a carreira de cantora?
E eu, sempre sem papas na língua, perguntava:
- Por quê? Não sou boa atriz ?
E saí por aí cantando em bares, festas e jantares.
Na realidade, não me entreguei de corpo e alma pra nenhuma dessas vertentes da Arte.
Porém, não so sou só este corpo, alma e espírito.
A vida e a Arte continuarão além de mim. E algum fruto, ainda, pode surgir artísticamente, já que sou, apesar de podada, uma árvore a crescer. Talvez crescendo forte justamente pelas podas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ô coisinha tão bunitinha do pai

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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2011 COM MUITO AMOR

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Já disse aqui várias vezes e de diversas maneiras que não sou alguém simples. Sou complexa como aqueles labirintos de revistas infantis, que devem ser preenchidos quando temos 10 anos, e tudo parece impossível ou inútil.
Mas, me conheço bem. Sei exatamente quando meu corpo muda, sofre alterações, hormônio demais, ou quando sou passada pra trás. Nada escapa do meu sexto sentido. Por exemplo, sempre soube que só consigo ficar com alguém por três anos. Depois a paixão vai embora, morre.
Como meu último homem, o mais persistente e predestinado, decidiu casar-se comigo e passar toda a sua vida comigo também, eu o avisei do tal prazo de validade.
E dia desses descobri que mais uma vez minhas sensações seriam justificadas científicamente, vejam:
"Depois de três anos a dopamina (hormôno da base do desejo) é substituída pela oxitocina (hormônio da ternura), que desloca biologicamente o amor de um casal para sentimentos menos arrebatadores, como a ternura e o respeito pelo outro". "Mas há homens e mulheres que não se contentam com o novo ritmo ditado pela oxitocina e pelo afeto. Tem necessidade de se sentir apaixonados, e por isso, seguem o coração".
Mais uma vez eu estava certa, apesar de eu errar tanto.
Passei, realmente, por duras penas, estando na crise dos três anos.
Contudo, segue um novo ciclo, Ano Novo, Vida Nova, Aniversário do homen que eu amo. Muita coisa pra se festejar e,principalmente, comemorar meu amor contabilizando e me dizendo, no dia 1º de janeiro, com sorriso no rosto:
- Este é o meu quarto aniversário que passsamos juntos.
E eu feliz, calada ,sei que algo se perdeu, mas o que estes três anos insistentes me trouxeram foi algo, maior e melhor. E por isso eu posso dizer: Te amo!!!