Tenho um horário de trabalho privilegiado, principalmente para uma notívaga, como eu.
Ultimamente,mudei meus hábitos de transporte e voltei a ser a boa e velha devoradora de livros.
Meu apelido de infância foi bem premonitório: Bayana.
No fundo, no fundo, eu sabia que não me casaria com nenhum leitor assíduo.
Meu marido é um baiano típico, daqueles mesmos, que não nascem, estreiam.
E viver junto ,também, traz esse porém, a gente tenta tornar agradável o conviver, e nada mais desagradável do que viver com alguém que fica pendurado silenciosamente num livro.
Por isso meu ritmo mudou tanto.
Então, me deslocar pela cidade, todo os dias, de ônibus e metrô tem sido eufóricamente incrível.
Tanto que em duas semanas já estou no quarto livro.
Totalmente apaixonada por Diário de Um Ano Ruim do Cotzee. A gente termina a leitura, que tem recebido o adjetivo de desconfortável pela crítica, com a certeza de que J.M. é um gênio. E, com o ego inflado,estava na última página me se sentindo um pouco gênio também.
Mas o livro que quero ressaltar é o lindo : Histórias Inventadas – A Infância, de Manoel de Barros (Editora Planeta).O livro são folhas soltas, amarradas por 1 fita lilás e guardadas em 1 caixa de papel reciclado.
E o conteúdo ?!? Que conteúdo! Que profundidade, que primor.
Beleza pura.
Cheguei mais feliz e melhor na empresa em que trabalho, depois d’A Infância( e aguardo aflita pelo documentário biográfico do “poeta” : Só dez por cento é mentira).
Se o tivesse lido na quarta e não na quinta-feira saberia o que dizer num boêmio jantar, regado à bifes e batatas-fritas, em meio aos meus colegas de informática.
Acontece, “que eu não sou da informática:
eu sou da invencionática”.
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