sexta-feira, 7 de maio de 2010

CRIA


Eu estava perdidamente por você apaixonada
Principalmente por sua sinceridade demasiada
Você me traduzia tão sábia e facilmente
Transformando sentimentos duros em palavras,docemente

Eu te admirava e te exibia
Porque eu cria que tua singeleza tocaria
Até os corações mais adormecidos
E que depois de ti não se sentiriam esquecidos

Eu temia perder-te de tal forma
Que te carregava como um devoto torna
Leve carregar a pesada cruz nas costas
Te trazia em meu colo e nunca diria me esgotas

Havia te encontrado há pouco tempo
E nem sentia as horas passarem com o vento
Eu adormecia num sono tranquilo
Com a certeza de repetirmos tudo aquilo

De repente fui surpreendida, alguém te tomou-me
Sem entender-te, nem saber teu nome
Tú, ingenuamente, te deixastes levar
Eu, atônita mal sabia o quê falar

Até que depois de tanto sofrer
Como uma mãe que com tanto amor e querer
Perde seu filho sem entender o porquê
( Tú eras meu rebento e sem ti queria morrer)

Descobrí que não eras exatamente o que eu pensava
Era apenas o reflexo de algo que eu tanto buscava
Algo que não podia ser nunca roubado
Porque vivia dentro de mim guardado

Voltastes pelo mesmo caminho sem fim
Já que, na verdade, eu que de ti nascia
E tú não nascestes de mim
Eu tua cria, tú minha poesia


T.Pinheiro (depois de ser assaltada num farol da Praça da Sé e levarem uma de minhas poesias)

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